Sunday, April 15, 2007

Cinema hi-tech

Eu tenho uma teoria sobre os filmes de produções exorbitantes hollywoodianos. Acompanhe meu raciocínio: Se você pede para um estúdio 100 milhões de dólares para fazer um filme, mas então você só chega a gastar míseros noventa e sete milhões. Ficam sobrando 3 milhões no orçamento que deveriam ser gastos no filme. Mas veja que é uma burocracia enorme algum estúdio liberar verba qualquer para filme. Então você pega esses três milhões restantes, e se lembra daquele seu amigo que tinha um roteiro legal, ou que está há muito devendo um favor pra ele, e então financia seu filme. Assim surgem os filmes de ponta de orçamento...
Esses filmes são normalmente algum filme de ação com uma história bem malhada, e, se possível, um ator decadente que não arranja mais trabalho algum por causa de algum incidente anterior ou porquê é ruim mesmo. Dolph Lundren(sei lá como se escreve) é um desses tipos de ator. Provavelmente o seu papel mais conhecido foi o antagonista de Jean Claude Van Damme em Soldado Universal. O próprio Jean já está se tornando um ator de filmes de ponta.
O problema com os filmes de ponta é que eles são o último degrau - se você não contar os pornôs - na carreira de um ator americano. Quem começa com filmes de ponta, como Ice Cube, não sai de filmes de ponta. Uma coisa é ser o coadjuvante mais escondido em Os Infiltrados, outra é ser estrela de um filme de ponta. Existem alguns filmes de ponta que ficam conhecidos por possuírem um roteiro realmente fantástico, e depois de serem lançados podem chegar a se tornarem algo perto de cult. Jogos mortais é um desses. É claro que foi mais um projeto pessoal por parte dos diretores do que qualquer outra coisa, e é essa razão provável por ter dado certo. Debi & Lóide é outro exemplo, mas esses são meros casos de sorte ou um exemplo de que a dedicação por parte dos diretores conta, e muito.

Atualmente, foi dito que "300" provavelmente será a última super-produção de Hollywood. É uma previsão bastante tenebrosa para os filmes de ponta, mas o que isso realmente significaria? Será que os roteiros serão levados mais em conta do que a produção, e talvez o cinema regrida um pouco para suas origens teatrais...? Será que haveria um foco diferente na forma de se fazer filmes nos Estados Unidos?
Os filmes de superprodução eu não sei se vão acabar, mas o tudo que for de Steven Seagal, Dolph Lundren, Chuck Norris, Charles Bronson ainda vai poder ser visto por muito tempo nas sessões da tarde e intercines. E por qualquer pessoa com muito tempo livre e gosto duvidoso.

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